De onde vem e para onde vai o Cacau dentro do Brasil?
No mercado brasileiro, nossos maiores exportadores e produtores de amêndoa são os estados do Pará e da Bahia. Só neste ano, de Janeiro a Fevereiro, a Bahia exportou US$ 414 mil dólares, seguido pelo Pará comUS$ 207 mil de dólares. No mesmo período, no passado, o Pará exportou US$1,2 milhões de dólares, seguido pela Bahia que foi responsável por US$619 mil dólares. Vale ressaltar que tanto o Pará quanto a Bahia são fortes produtores para consumo interno dos estados brasileiros que processam cacau, contudo as importações ainda são a maior fonte da amêndoa. (COMEX, 2020)
Dentro do mercado nacional, a maior demanda de importações das amêndoas em 2019 pertenceu ao ranking: 1º Minas Gerais (US$214 milhões), 2º São Paulo e 3º Santa Catarina. Dadas as importações, uma tendência importante é perceber que o estado Minas Gerais vem crescendo dentro da produção de subprocessados – só neste ano, os dados da COMEX revelam que Minas Gerais já importou cerca de 57 mil dólares em Cacau, ao lado de Santa Catarina com 17,4 mil dólares. Quando falamos, então, de subprocessados do cacau – com foco em cacau em pó, manteiga ou pasta de cacau –, a principal produtora de 2019 foi a Bahia que faturou em exportação cerca de US$197 milhões de dólares. Alguns outros estados também contribuíram para as vendas, tais como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, sendo que no Sul a média foi de US$98,3 milhões de dólares. Em Janeiro de 2020, a Bahia segue à frente já com US$ 28,2 mi de dólares. (COMEX, 2020).
Para os próximos três anos, porém, o Pará deve superar a Bahia na produção cacaueira, embora a Bahia tenha três vezes a área de produção do Pará, seu rendimento é exatamente 1/3. O fato está diretamente relacionado às condições climáticas da floresta amazônica, bioma ideal e original da fruta, com estações bem definidas – ideal para manter as condições da safra. Em reportagem para o Globo Rural, Paulo Henrique dos Santos, um dos coordenadores da CEPLAC, comenta:
E para os próximos três anos, a estimativa é um aumento de 14% na área de plantada com cacau no Pará. O equivalente a 30 mil hectares. O cacau movimenta quase R$ 1 bilhão por ano no estado. O pico da safra de cacau no Pará vai de maio a setembro, mas tem fruto no pé o ano todo.
Na corrida internacional pelas amêndoas brasileiras, neste Janeiro e Fevereiro o ranking de procura foi 1º Holanda (36%), 2º Bélgica (35%), Japão (17%) e França (15%).
A respeito do mercado nacional, é indispensável citar a AICP – Associação da Indústrias Processadoras de Cacau – cujo conselho é formado pelas as empresas Barry Callebaut, Cargill, Indeca e Olam, e respondem por aproximadamente 97% da compra e moagem do cacau no Brasil. O setor representa mais de 4.000 empregos diretos e indiretos e é um dos elos de uma cadeia de mais de 120 mil pessoas, incluindo produtores rurais e indústrias de chocolate. No total, é estimado que esse setor represente R$ 23 bilhões anuais de valor gerado ao país. (AIPC)
Américas, Mercosul e para onde vai o Cacau Brasileiro fora do país?