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[ Semana do Cacau ] Dia 4 – Cacau, o alimento dos Deuses 

A história do Cacau: alimento dos Deuses

A história do cacau como fonte de energia para a humanidade data de séculos: indícios arqueológicos apontam que as amêndoas dos cacaueiros já eram usadas socialmente há cinco mil anos na região da alta Bacia Amazônica. Contudo, passou a possuir alta importância cultural por volta de três mil anos atrás, na primeira cultura altamente desenvolvida da América Central, na era dos Olmecas que habitavam nas regiões tropicais do centro-sul do atual México. Posteriormente, o cacau esteve presente nas culturas dos Toltecas e Astecas, sendo utilizado como alimento, objeto de rituais sagrados e até como moeda de troca.  

Os europeus tiveram seu primeiro contato com o cacau na época das grandes descobertas, primeiramente com Cristóvão Colombo (1502) e, anos depois, o conquistador espanhol Hernando Cortés (1528) levou o fruto para a Espanha, presente na receita de uma bebida amarga na qual o principal ingrediente era a amêndoa. Durante quase um século a bebida foi apreciada apenas na Espanha e em 1615, quando a princesa espanhola Anna casou-se com o rei francês Luís XIII, a receita passou a espalhar pelos quatro cantos do continente. 

O fato do cacau ter sido considerado algo divino para civilizações antigas pode ter exercido forte influência na criatividade do botânico sueco Carolus Linneu (1707 – 1778), que nomeou a espécie do cacaueiro de Theobroma cacaoque quer dizer “manjar dos deuses”. O consumo do cacau até então era algo extremamente elitizado, artesanal, e não era comum para a maioria da população europeia, e continuou assim até que houve o surgimento de indústrias para processar as amêndoas com maior eficiência e menores custos. O crescimento da demanda fez com que as plantações de cacau fossem adaptadas para o continente africano, por exemplo, que se tornou o continente com maior capacidade produtiva da espécie.  

Em 1679, a Carta Régia oficializou a autorização do plantio do cacau nas terras brasileiras e segundo a CEPLAC, por volta de 1780, o estado do Pará produzia mais de 100 arrobas de cacau, número insignificante quando comparado à produção atual. Em 1746 o cultivo do cacau do tipo Forastero foi introduzido também na Bahia, que foi se tornar o estado com a maior produção posteriormente. Os estados da Bahia e do Pará são os principais responsáveis pela notável produção cacaueira no país, mas ocorre também produção significativa no estado do Espírito Santo. Em 1979/80 a produção atingiu números extraordinários e o Brasil chegou a ser o segundo maior produtor no mundo, mas hoje em dia, devido à grande demanda, é também um grande importador das amêndoas de cacau. 

Publicado em:2020,Dia IV,Semana do Cacau

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