Quando falamos do mercado de cacau, a tendência é pensarmos imediatamente nos chocolates, bebidas achocolatadas, sorvetes, entre outros produtos açucarados que são consumidos em larga escala ao redor do mundo, sendo assim demandados continuamente pelos mais variados mercados. Contudo, dado o crescimento da popularidade de produtos destinados ao mercado fitness, são esperadas maiores demandas por cacau para a sua aplicação no sabor de produtos como barrinhas, biscoitos e outras receitas saudáveis.
A observação das tendências de comportamento no consumo também é uma prática fundamental para a indústria cacaueira. O surgimento de estilos de vida mais saudáveis, em contraponto a outros implicantes contemporâneos como o aumento de casos de ansiedade e estresse, anunciam em vista pelo menos duas aplicações que aumentam a demanda de cacau: receitas funcionais e energéticas, cuja base são ingredientes naturais, castanhas e suplementos proteicos isolados ou concentrados; também o aumento do consumo de chocolates e doces, diretamente relacionado à aspectos psicológicos, culturais, à dependência de açúcar e ao alto consumo da população que vive em regiões mais frias. Além disso, a adição de novos players no mercado, por exemplo o consumidor chinês, tem demonstrado crescentes e novas demandas por chocolates.
Seja por meio da conquista de novos consumidores, novos hábitos alimentares, usos de cosméticos naturais, inovações na indústria ou hábitos culturais, o crescimento da demanda per capita aponta a necessidade de novos cultivos, na busca por melhoras nas safras e por processos de inovação na produção e distribuição das amêndoas. O aumento da demanda de cacau ou sua concentração de demanda não apenas indica caminhos infinitos para novos negócios e oportunidades na aplicação das amêndoas e subprodutos, mas é também um fator principal no que diz respeito ao volume de matéria prima a ser produzida, portanto na tensão futura do mercado de cacau e também no mercado de commodities.
A maior parte dos produtores de cacau brasileiros são classificados como pequenos e médios produtores, e encontram dificuldades para aumentarem sua eficiência produtiva em seus espaços por falta de recursos e apoio técnico. A Iniciativa 20×20 é um projeto que busca juntar esforços de diferentes países para mudar a dinâmica de degradação de solos na América Latina e no Caribe. Por meio da restauração destes, onde o foco está também no apoio plantio inteligente do cacau, é conquistada maior eficiência na utilização dos solos e a obtenção de safras mais ricas. Segundo a WRI, em colaboração com a AIPC e a WCF e com apoio do parceiro financeiro Althelia, uma delegação brasileira visitou projetos da iniciativa no Peru, para aprimorarem seus conhecimentos. A AIPC se esforça e possui o objetivo concreto de aumentar a quantidade de cacau produzida no Brasil.