A indústria do cacau é extremamente relevante para todo cenário nacional e internacional. Ao longo dos anos, diversas novas práticas foram sendo aplicadas para aprimorar a produção nacional.
Agora, ela visa competir ainda mais com o mercado internacional. Por isso, novas perspectivas por parte da indústria do cacau são esperadas.
Sabendo disso, neste post, reunimos as principais tendências para os próximos anos. Veja cada uma delas a seguir.
Aumento da produção e disponibilidade das espécies de cacau
Nos últimos cinco anos, a produção cacaueira teve crescimento de 25% no Brasil, totalizando cerca de 193 mil hectares plantados. Esse fato, somado à união dos pequenos produtores, viabiliza que a indústria do cacau tenha ainda mais matéria-prima para trabalhar.
Além disso, é esperado crescimento durante os próximos anos. Segundo a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac):
- a estimativa de expansão do setor para os próximos três anos é de 14% no Pará. Lembrando que, atualmente, o cacau é responsável por movimentar cerca de R$1 bilhão por ano apenas nesse estado.
Contudo, a falta de assistência técnica para alinhar as melhores soluções de manejo e tratos culturais são desafios, visto que, mais de 90% do cacau colhido vem da agricultura familiar. Logo, há uma desregularização de cultivos que precisam ser resolvidos.
Nesse sentido, treinamentos em campo, palestras e workshops devem ser incentivados pela indústria do cacau. Já que, por meio da educação, diversos produtores poderão alinhar suas safras às exigências industriais. Afinal, além da quantidade de cacau disponível, a qualidade e variedade são extremamente importantes.
Fortalecimento da sustentabilidade
Segundo o relatório “Green is the New Black”, a sustentabilidade é a terceira principal preocupação do consumidor moderno. Em outras palavras, indústrias que não valorizam esse fator estão ignorando um grande potencial.
Hoje, é difícil não reparar o quanto a sustentabilidade é evidenciada em diversas indústrias e segmentos de varejo em todo mundo. Em supermercados, por exemplo, já estão surgindo seções exclusivas para produtos de origem sustentável e com responsabilidade ambiental.
Desse modo, é inevitável que a indústria do cacau passe a enfatizar a origem da matéria-prima. Uma vez que as marcas que garantem uma origem sustentável de seus produtos estão em busca de solucionar uma necessidade de mercado. Para se ter ideia, estudos apontam que o sistema de produção sustentável já está presente em 78% das propriedades produtoras de cacau na Bahia.
Novas tecnologias industriais e de cultivo
A indústria 4.0 visa a integração e otimização dos processos através de informação. Isso gerará grande diferencial para as indústrias, facilitando o relacionamento direto com o consumidor e gerando a possibilidade de um atendimento cada vez mais customizado, além de mais produtivo, ágil e eficiente.
Ainda, com o 5G e a melhoria nas conexões remotas, o monitoramento das atividades industriais e de cultivo também se beneficiarão. Essas tecnologias conseguem ser mais precisas, consistentes e imediatas a medida que a conectividade disponível melhora, facilitando a administração e localização de lacunas de oportunidade a serem corrigidos.
Além dessas tecnologias, também entram na lista: o aprendizado de máquina, melhoria dos sensores, materiais mais duráveis e muito mais.
Consolidação dos canais digitais
Por fim, é esperado um forte crescimento da presença digital da indústria do cacau. Com a pandemia, diversas exposições e eventos presenciais foram cancelados. Desse modo, a internet surgiu como uma grande oportunidade de dar visibilidade e oportunidade às marcas.
Assim, visando amenizar os impactos da crise, um dos maiores eventos do ramo busca lançar, em maio, uma plataforma de marketplace. Em entrevista à Revista Globo Rural, Marcos Lessa, organizador do Festival Internacional do Chocolate e Cacau e dono da Chor Chocolate de Origem, afirmou:
“Em tempos de crise, os consumidores temem pedir a mais do que o costume. Então, nós acabamos tendo excesso de estoque e a produção é menor. Por isso, estamos sempre procurando alternativas”.
Mas é importante ressaltar que essa é apenas uma das diversas movimentações para aumentar a presença digital da indústria do cacau. Afinal, os consumidores desejam ter o poder de decidir quando, como e onde eles compram. O que é conveniente para encurtar a relação indústria e consumidor final.
Inclusive, as transações business-to-business também saem ganhando com o comércio eletrônico da indústria. Em 2019, por exemplo, as vendas online B2B movimentaram R$2,39 tri no Brasil, registrando um crescimento de 17,1% em relação a 2018.
Por tudo isso, a presença digital passa a ser cada vez mais necessária e determinante para a indústria crescer ainda mais.
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Tendo em vista todas essas tendências da indústria do cacau, podemos concluir que estamos entrando em uma nova era. Isso porque, o cultivo, o manejo da matéria-prima, a industrialização e a comercialização estão passando por mudanças. Portanto, o cenário futuro tende a ser novo e, considerando as novas práticas, ainda mais próspero. Até breve!