Confecção de chocolates do NIBS à Barra
Você já ouviu falar em experiências Bean to Bar? Se o nome soa estranho, atente-se: essas novas propostas sofisticadas para chocolates podem te interessar. O movimento surgiu em chocolaterias artesanais norte-americanas com foco na experiência de compra dos clientes e na qualidade extremamente refinada dos produtos, e oferece a oportunidade de se acompanhar a produção das barras de chocolate desde os NIBS: amêndoas de cacau fermentadas e torradas.
A curiosidade dos clientes em conhecer, assistir e se aproximar do processo de fabricação, somado ao desejo por produtos de alta qualidade feitos com ingredientes selecionados, são alguns dos motivos que fazem as pessoas experimentarem os chocolates dessas “fábricas” produzidos em menor escala com maior atenção aos detalhes, onde a experiência das lojas também costumam funcionar como cafeterias e padarias.
A experiência é um meio dos clientes aprenderem sobre o processo produtivo, observando desde o início, no qual as amêndoas são torradas até o momento do resfriamento do chocolate, passando pelas fases de separação das cascas, refinamento e têmpera. Isso tudo enquanto esperam seus chocolates, bebidas ou outros alimentos.
Cada vez mais confrontadas com novas ofertas de produtos e diversidade na escolha, o consumidor cresce em exigência e senso crítico: ao escolher, considera também o ciclo de produção do produto, uma tendência para o aumento na demanda por produtos artesanais de alto nível gastronômico, feitos com ingredientes criteriosamente selecionados – uma realidade do mercado alimentício de chocolates atual.
Parte dos consumidores priorizam, de certo modo, o “carinho” na produção dos seus chocolates, cafés, cervejas, entre outros. O movimento “Slow Food” , por exemplo, trata-se exatamente da filosofia de melhorar a qualidade de vida das pessoas com uma alimentação por meio produtos de qualidade especial, exigindo respeito ao meio ambiente, produtores, hábitos gastronômicos locais associados aos ingredientes e, sem dúvida, ao grupo de consumidores. Este modo de pensar é base para diversos eventos e estabelecimentos ao redor do mundo, e exerce pressão no mercado industrial alimentício que outrora se centrava apenas em eficiência produtiva, buscando melhores margens e resultados expressivos.
São vários os exemplos de negócios de sucesso no modelo Bean to Bar, alguns lugares específicos possuem grande aceitação para esse tipo de proposta nos quais o público tem sua curiosidade despertada pela experiência e apreço pelo produto artesanal diferenciado. A Dandelion Chocolate, empresa norte-americana fundada em 2010 em São Francisco, possui produtos de grande destaque no mercado, seus profissionais viajam o mundo em busca de cacau de fino aroma para abastecer a fábrica de chocolates, oferecendo também uma experiência aconchegante.
Aqui no Brasil, a Gallette Chocolates é uma opção digna de destaque, contando com uma loja em São Paulo na qual você pode experimentar diversos chocolates e bombons muito bem avaliados de fabricação própria. Uma outra proposta interessantíssima, também nacional, é a da Amma Chocolates em Salvador, empresa cuja missão organizacional é “Resgatar e preservar a floresta por meio do cacau e a partir dele elaborar um chocolate saudável, saboroso e de altíssima qualidade que conquiste paladares do mundo inteiro.” A Amma trabalha com uma proposta que excede o Bean to Bar, sendo praticamente um projeto “Tree to Bar”, acompanhando o cacau desde o plantio realizado em fazendas no sul da Bahia adubadas com o rico Biogeo, composto que reúne ingredientes da natureza para dar auxílio à fertilidade do solo.
Os chocolates Bean to Bar são produzidos com maiores concentrações de cacau e é característico desta produção o baixo teor ou nenhuma adição de açúcares, obtendo, assim, resultados a partir de 50% de cacau nas barras de chocolate. Estes produtos podem então serem considerados dietéticos e também mais saudáveis que os chocolates comuns, além, é claro, de possuírem sabores diferenciados.